Os Multiletramentos privilegiam as diversas experiências voltadas a ver, ler, interpretar, comunicar e sentir o mundo, aliadas ao uso das diversas linguagens das novas tecnologias de informação e comunicação.
O processo de alfabetização trata especificamente da aquisição da linguagem escrita, na qual a criança compreende que a fala pode ser representada pela escrita e que esta é marcada por convenções e desenhos (letras) que se organizam para tal fim.
Durante o processo de alfabetização, precisam ser privilegiadas as diversas experiências voltadas a ver, ler, interpretar, comunicar e sentir o que nos rodeia. Deve-se valorizar o que a criança traz de conhecimento de mundo e inseri-lo nas experiências educativas para a construção de saberes significativos. A riqueza de experiências socioculturais apresentadas às crianças é da ordem do letramento e, mais atualmente, com o universo digital, dos multiletramentos. Segundo Roxane Rojo (2012), os multiletramentos estão associados à multiplicidade cultural e à multiplicidade semiótica de construção dos textos.
Uma das principais formas de promover os multiletramentos são os hipertextos.
Magda Soares diz que “O texto no papel é escrito e é lido linearmente, sequencialmente – da esquerda para a direita, de cima para baixo, uma página após a outra; o texto na tela – o hipertexto – é escrito e é lido de forma multilinear, multi-sequencial, acionando-se links ou nós que vão trazendo telas numa multiplicidade de possibilidades, sem que haja uma ordem predefinida” (SOARES, 2002, p. 150). Essa leitura, que foge dos padrões lineares, privilegia os multiletramentos, ou seja, o letramento de variados modos, a partir de várias linguagens: textual, visual, audiovisual, tridimensional, digital, entre outras, sem que se prioriza uma em detrimento de outra, mas associando-as, para que a formação seja mais completa e acessível.
No processo de ensino e aprendizagem, é preciso levar em conta os aspectos coletivos e individuais de aprendizagem, e os multiletramentos conseguem suprir essas duas necessidades. Roxane Rojo (2012, p. 23) ressalta que os multiletramentos “são interativos; mais que isso, colaborativos”, ou seja, promovem a curiosidade e a proatividade dos alunos, permitem que eles trabalhem de forma coletiva e possibilita que aprendam de maneira mais atrativa, pois o acesso ao conhecimento pode acontecer de diversas maneiras, nos mais variados suportes, tornando-o mais democrático em relação às habilidades de aprendizagem.
Donald Mackenzie (1986, p. 20) diz que “novos leitores criam textos novos, cujas significações dependem diretamente de suas novas formas”. Uma escultura pode ser um texto, um filme pode ser um texto, um jogo de videogame pode ser um texto. Quando se trata de multiletramentos, nenhum deles precisa ter finalidades didáticas, mas todos podem ser usados com tais finalidades, pois têm muito a oferecer, mesmo que de forma menos convencional. O contexto sócio-histórico atual nos permite e convoca a experimentar essas novas possibilidades de leituras multimodais e multissemióticas. Devemos levar em conta que as pessoas aprendem ou se interessam pelas coisas de maneiras diferentes e que o conhecimento está em todo lugar, cabendo ao aprendiz o papel de aproveitá-lo.
O universo Educacross insere-se nos multiletramentos e nas experiências multimodais desde sua concepção, com as possibilidades do universo digital, do jogo e da gamificação.
A Educacross utiliza jogos digitais e a gamificação para desenvolver o ensino e a aprendizagem. Ambos constroem narrativas diversificadas que possibilitam que a criança explore a interface com protagonismo, promovendo a aprendizagem ativa e digital. A construção dos jogos é centrada em quem aprende, como aprende e para que aprende. Dessa forma, as habilidades a serem desenvolvidas visam atender a criança nas suas especificidades.
Os jogos Educacross são constituídos por imagens, animações, jogabilidades, sons gravados com ênfase na entonação, sons com leitor de texto, música, tutoriais e feedbacks, esses elementos constituem contextos enriquecidos e imersivos.
Os multiletramentos e o Programa de Alfabetização e Língua Portuguesa da Educacross
A proposta de Alfabetização da Educacross é a de promover a aprendizagem ativa e imersiva, com grande estímulo aos multiletramentos. Por meio de jogos enriquecidos por recursos visuais, auditivos, animações, sons, feedbacks, gamificação e avatar, a Plataforma favorece experiências lúdicas e significativas. Com abordagem em textos e contextos, privilegiando tanto os gêneros textuais, quanto os campos semânticos e a consciência fonológica.
Conheça o Programa de Alfabetização e Língua Portuguesa da Educacross
A Plataforma de Alfabetização da Educacross foi construída a partir de estudos e experiências diversas que abarcam as melhores práticas para a aquisição da linguagem escrita e os multiletramentos, privilegiando tanto os sons de letras, sílabas e palavras como o ritmo e o sentido dos textos.
Em sua estrutura, a proposta de Alfabetização da Educacross entrega cadência e garante a continuidade no processo da aquisição da leitura e escrita. Com desafios crescentes e contínuos, possibilita-se engajamento envolvente no ato de aprender. Nossa praxiologia contempla a união de várias metodologias essenciais para o sucesso do ensino e aprendizagem do século XXI.
É preciso ressaltar também que a organização modular da Plataforma apresenta grande sinergia com os livros didáticos e sistemas de ensino, criando uma união potente entre o livro e o jogo digital, ampliando muito as experiências de aprendizagem da criança por meio dos jogos digitais.
Todos os jogos estão contemplados nas habilidades da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), e podem ser trabalhados pelo professor por meio de roteiros prontos ou personalizados de acordo com seu plano de aula e necessidades da turma. As atividades contam com orientações didáticas e os alunos têm à disposição nos jogos elementos como animações, sons, músicas, leitor com voz, feedbacks e gamificação. Esses recursos multimodais promovem a imersão e a ludicidade.
O objetivo da Educacross é que, até o final deste ano, o programa de Alfabetização e Língua Portuguesa seja ampliado, com a disponibilização do conteúdo significativo para todos os anos do Ensino Fundamental I, assim como já acontece com a proposta da Matemática.
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Autoras: Érica Stamato e Jaqueline Veiga
Fonte:
MCKENZIE, Donald Francia. Bibliography and the sociology of texts. Londres: The British Library, 1986.
ROJO, Roxane. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola. In: ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc. [online]. 2002, vol.23, n.81, pp. 143-160.
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