fbpx
A neurociência do fun learning: o que acontece com o nosso cérebro quando juntamos diversão e aprendizagem?

A neurociência voltada à educação demonstra teses já consolidadas na área das ciências cognitivas e prova a importância da diversão na aprendizagem

A diversão e o prazer são partes fundamentais do processo de aprendizagem. São esses dois elementos que transformam a aprendizagem em uma atividade natural e espontânea, um processo intrinsecamente motivado e potencialmente transformador, que alimenta a curiosidade e a criatividade.

A relação entre a diversão e a aprendizagem já vem sendo estudada desde os primeiros tratados da pedagogia. Ela aparece, por exemplo, nos estudos sobre a importância do brincar e do lúdico em Henri Wallon, Jean Piaget e Lev Vygotsky, na defesa da importância da aprendizagem significativa e do conhecimento prévio de David Ausubel.

A experiência do cotidiano escolar nos mostra que, quando eliminamos a alegria da sala de aula, afastamos nossos alunos de uma aprendizagem eficaz e prazerosa. Os resultados são alunos pouco engajados, entediados e ansiosos. 

A neurociência nos ajuda a entender a importância da aprendizagem divertida (também conhecida como fun learning), um conceito que veio para transformar a educação, provando que a aprendizagem pode ser uma experiência estimulante e significativa.

Avanços na neurociência comprovam teses consagradas da pedagogia

A neurociência voltada à aprendizagem tem demonstrado que teses já consolidadas na área das ciências cognitivas também se comprovam por meio de imagens do cérebro durante as experiências. A partir do avanço da tecnologia conseguimos ver e entender hoje, com maior precisão, como o cérebro funciona. O entendimento dos processos neurológicos vieram para comprovar e dar novas perspectivas a teses defendidas por teóricos como Jean Piaget (1896-1980), Lev Vygotsky (1896-1934), Henry Wallon (1879 -1962) e David Ausubel (1918-2008).

Os benefícios de uma aprendizagem prazerosa foram provados a partir de estudos de neuroimagem e da medição de neurotransmissores químicos, mostrando que os níveis de bem-estar, conforto e segurança dos alunos têm grande influência sobre a transmissão e o armazenamento de informações no cérebro. 

Em levantamentos bibliográficos sobre a neurociência da aprendizagem, a neurologista e professora americana Judy Willis defende que não há aprendizagem quando tiramos a diversão da sala de aula. Em seu artigo A neurociência do prazer na educação, a pesquisadora defende que, quanto menor o estresse a que estão submetidos, mais engajados e motivados os alunos se sentem. 

Isso quer dizer que, em ambientes de fun learning, a informação flui mais livremente pelo cérebro e níveis mais elevados de cognição são atingidos, facilitando conexões inéditas e momentos de epifania. Para Willis, os ambientes de aprendizagem precisam ter uma atmosfera de descoberta exuberante, em oposição a uma sala de aula silenciosa e rígida. 

O estresse pode nos impedir de aprender

Willis destaca ainda que estudos de psicologia cognitiva fornecem evidências clínicas de que estresse, tédio, confusão, baixa motivação e ansiedade podem, individualmente ou combinadas, interferir negativamente na aprendizagem. Os testes demonstraram que, em condições adversas, a informação é bloqueada, não conseguindo atingir as áreas do cérebro onde a memória se consolida. 

A neurociência mostra que o estresse pode frear a aprendizagem
Tédio, confusão, baixa motivação e ansiedade podem interferir negativamente na aprendizagem

”Em outras palavras, quando o estresse ativa os filtros afetivos do cérebro, o fluxo de informação para as redes cognitivas superiores é limitado e o processo de aprendizagem começa a desacelerar”.

Judy Willis, professora e neurologista

Se o estresse tem um efeito negativo na aprendizagem, a diversão, por outro lado, libera neurotransmissores que promovem a absorção de novos conteúdos. Quando as atividades em sala de aula são divertidas, nosso cérebro libera dopamina, substância também conhecida como o neurotransmissor da motivação, ela estimula a memória central, promovendo a liberação de acetilcolina, aumentando a atenção e a concentração.

A neurociência do conhecimento prévio e da aprendizagem significativa

A partir de exames de imagens neurais, cientistas mapearam o processo de aprendizagem de novas informações, mostrando quais áreas do cérebro são ativadas e o momento em que isso ocorre. 

A aprendizagem começa com estímulos de cada um dos nossos sentidos (audição, tato, paladar, visão e olfato). Em seguida, essas novas informações sensoriais são enviadas ao córtex somatossensorial, onde estabelecem uma relação com memórias previamente armazenadas. Simultaneamente, o sistema límbico (lobo, hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal) acrescenta um significado emocional às novas informações. Essas memórias relacionais aumentam o armazenamento de novas informações na memória de longo prazo.

Além disso, as pesquisas levantadas por Willis nos mostram que a aprendizagem acontece de maneira mais fluida quando é relevante para as crianças. Atividades que levam em consideração os interesses e o contexto de vida dos alunos têm uma maior chance de passar pelo sistema de ativação reticular, espécie de filtro cerebral responsável pelo foco e pela atenção dada a mudanças percebidas no ambiente.

Quem está familiarizado com a teoria do psiquiatra americano David Ausubel reconhecerá rapidamente a relação entre os processos neurais descritos por Judy Willis e a teoria da aprendizagem significativa e do conhecimento prévio. 

Segundo Ausubel, sempre que uma criança se depara com um conteúdo novo a partir de sua percepção sensorial, ela opera uma reconfiguração, ou reelaboração, de suas estruturas mentais já existentes, tornando-as mais complexas. 

Quer saber mais? Leia nosso artigo completo: David Ausubel e a aprendizagem significativa.

Criando o multiverso “figital” (físico + digital) e social onde a aprendizagem é ativa divertida e personalizada

Um estudo conduzido pelo consórcio de universidades americanas Barnes and Noble com 1.300 estudantes americanos, mostra que as taxas de reprovação em ambientes com métodos de ensino tradicionais são 55% mais altas do que aquelas obtidas em ambientes de ensino ativo. Esses resultados mostram, além disso, que o papel do professor está passando por mudanças e que é preciso adaptar nossas escolas a essas novidades. Se, no passado, o professor ocupava uma posição de autoridade e era a única fonte confiável do saber, ele precisa, hoje, ter em mente que seus alunos têm à disposição um fluxo rápido e constante de informações. 

No artigo em que cunha o termo “nativo digital”, Prensky afirma que um dos fatores ignorados ao analisarmos os problemas atuais enfrentados pela educação, é ignorar que os estudantes mudaram e que nosso sistema educacional foi pensado para crianças que não existem mais.  

A Educacross é uma plataforma de fun learning, que promove novas formas de ensinar e aprender, seus pilares são: pedagogia, tecnologia e fofurologia. Engajar os alunos e otimizar a rotina de professores e gestores é nosso compromisso essencial. Por meio de jogos digitais, gamificação, personalização e evidências, potencializamos a aprendizagem, o ensino e a gestão do conhecimento. Atuamos fortemente na recuperação e aprimoramento da aprendizagem, com mais de 2 mil jogos organizados em trilhas alinhadas à BNCC (Base Nacional Comum Curricular). E por meio da Cultura Digital  transformamos as vivências educacionais.

A Educacross leva o fun learning para a sua escola

Desenvolvida para o Ensino Fundamental I e Educação Infantil, a Educacross possui forte sinergia com diferentes materiais didáticos e conta com mais de 2 mil jogos que desenvolvem capacidades cognitivas como a inteligência lógico-matemática e discursiva. 

Os jogos Educacross são construídos a partir de dinâmicas de gamificação adaptativa, proporcionando experiências divertidas e únicas que respeitam o ritmo de cada criança. O resultado é uma aprendizagem mais envolvente, desafiadora e significativa.

O programa Educacross tem como base uma fundamentação teórica consistente, reunindo estudos de diferentes áreas do conhecimento e alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e demais avaliações externas.

A Educacross tem uma proposta completa, que contempla a implantação da metodologia com formação de professores e gestores, amplo suporte e apoio pedagógico mensal, oferecendo experiências diferenciadas a cada integrante do processo educacional e trazendo resultados impressionantes.

Quer levar a Educacross para a sua Escola?

Agende uma conversa conosco!

Fontes

ALVES, L., Coutinho, I. J. (ORGS.) 2016. Jogos digitais e aprendizagem: fundamentos para uma prática baseada em evidências. Campinas, SP: Papirus.1: 9-123 

FERNANDES, E. David Ausubel e a aprendizagem significativaNova Escola. Acesso em 14/6/2021.

PRENSKY, M. 2012. Aprendizagem baseada em jogos digitais. São Paulo: Editora Senac São Paulo. 1: 207-242.

PIMENTA, L. A. GOTARDO, R. A; STAMATO, E. 2018. Inovação disruptiva em avaliação matemática por meio da gamificação: Inclusão e prática de letramento digital. I Assolini, F. E. P. Pimenta, L. A. Dornelas, C. C. Mosaico Discursivo: diferentes materialidades e sentidos. Curitiba: Coleção Educação, discurso e ensino: Vol. 2: 247-263

SILVA, F. L., CARVALHO, G. P., RODRIGUES, C. A. P. Relação entre o lúdico e a aprendizagem

WILLIS, J. The Neuroscience of Joyful EducationEducational Leadership, Vol. 64, 2007.

Tags: | |

Solicitar exportação de dados

Utilize este formulário para solicitar uma cópia dos seus dados neste site.

Solicitar remoção de dados

Utilize este formulário para solicitar a remoção dos seus dados neste site.

Solicitar retificação de dados

Utilize este formulário para solicitar a retificação dos seus dados neste site. Aqui você pode corrigir ou atualizar seus dados por exemplo.

Solicitar cancelamento de inscrição

Utilize este formulário para solicitar o cancelamento de inscrição do seu e-mail em nossas Listas de E-mail.